Por muito tempo eu briguei com o meu próprio corpo. Quando ele começou a mudar na adolescência, fui ganhando curvas (convexas) que eu não desejava: de repente eu tinha quadris largos. E aparentemente, eu era a única, rs, por algum motivo, minhas amigas quase sempre faziam o tipo mignon ou então era altas como eu, mas bem magras.
E as pernas finas... Ah, como eu achava bonito o modo como elas usavam saias sem a menor preocupação, enquanto eu precisava de mais pano pra ficar à vontade (até hoje é assim, não sei como as lojas esperam que uma saia 42 só tenha aquilo de pano; é simplesmente impossível sentar usando aquilo!). E como toda adolescente, vivia de dieta, sonhando em ser "menor".
O tempo passou e milagre nenhum aconteceu: meu corpo continuou do mesmo jeito, mas eu fui aprendendo a lidar com ele. Fui descobrindo a maneira de me vestir que mais me favorecia, como disfarçar essas partes que eu não gostava...acabei, aos poucos, aceitando o meu próprio corpo.
Mas só percebi isso de verdade quando, há cerca de uma ano e meio atrás, acabei perdendo muito peso (não por dietas nem nada disso) e, quando via a minha imagem, eu não gostava do que via. O meu quadril estava bem menor e as pernas mais finas. Mas quando eu olhava no espelho, eu queria o meu antigo corpo de volta (e hoje eu o tenho, rs).
Pensar sobre isso só me leva a crer que corpos diferentes possuem belezas diferentes. Cabe a cada uma de nós, olhar pra nós mesmas e encontrar essa beleza. No que somos e não no que gostaríamos de ser. Porque às vezes, quando você finalmente tem o que desejava (como em muitas outras coisas na vida), percebe que não era nada disso que você queria.
1 comentários:
É interessante como a gente acaba aceitando o nosso corpo e sentindo falta dele, semestre passado eu perdi 5kg e achei que eu não era mais eu mesma... tá certo que ainda tem coisas que eu gostaria de mudar, mas eu me aceito assim e gosto
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